segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Kaya



A Kaya nasceu a 10 de Junho 2001 e deixou-nos dia 3 de Agosto de 2012.
A ela dedico este poema do Millôr Fernandes.


Gato ao crepúsculo

Gato manso, branco,
Vadia pela casa,
Sensual, silencioso, sem função.

Gato raro, amarelado,
Feroz se o irritam,
Suficiente na caça à alimentação.

Gato preto, pressago,
Surgindo inesperado
Das esquinas da superstição.

Cai o sol sobre o mar.

E nas sombras de mais uma noite,
Enquanto no céu os aviões
Acendem experimentalmente suas luzes verde-vermelho-verde,
Terminam as diferenças raciais.

Da janela da tarde olho os banhistas tardos
Enquanto, junto ao muro do quintal,
Os gatos todos vão ficando pardos.

Millôr Fernandes

3 comentários:

JOTA ENE ✔ disse...

Era o teu gatito? Tadito ... :(

Agora tb querem um gato cá em casa.

olinda silva disse...

Era a minha gatinha.
Deixa haver gato na tua casa, te garanto que te vais divertir imenso. Eu não gostava, agora sou fã.
beijinhos Jota

Hugo Nofx disse...

Olinda, eu tive uma gata muito parecida com esta, que se chamava Quica. Muito bonita homenagem!

Gosto muito do Millôr!
Da sua escrita e da sua faceta como cartoonista!

http://daduvida.blogspot.pt/2012/04/millor-fernandes-1923-2012.html



Depois tive uma gata chamada Milú, com esse nome por causa da actriz...

Agora, há alguns anos que não tenho gata, porque sou alérgico a pêlo e caspa de gato...

Beijo felino.