segunda-feira, 22 de junho de 2009

Viajem a Paris, Texas

Hoje vou levar-vos numa viajem.
no espaço: Paris, Texas
no tempo: 1984
na mente: para começar, ouçam a música.



Quem é que não viu este lindíssimo filme, digo eu?
Não vou falar nem da qualidade do Wim Wenders, nem da fotografia.
Alienação total dos valores sociais, a procura, e o desejo de reconstrução interior.
Todos nós em certa altura das nossas vidas queremos ser soltos, não estar presos nem a conceitos nem pessoas nem a sentimentos. Ser solitários.
Este filme funcionava para mim, (digo funcionava porque o vi umas 4 ou 5 vezes) quase como uma ida ao confessionário, eu via o filme e arrependia-me dos meus pensamentos e queria recuperar "o perdido", Eu viajava ao passado que ainda não tinha vivido.
Aquela procura de si mesmo, fascinava-me, o ter coragem para ser solitário, para saber e conhecer-se muito bem, sem influência de ninguém nem de nenhum conceito…e depois, puder voltar e reconquistar os meus amores (família e amigos)
Não era sinónimo de uma alma egoísta, porque a personagem despiu-se de todos os valores e quando voltou não exigiu nada, nem tão pouco que o aceitassem, mais tarde, verifica - se que Travis quer tanto e ama tanto a sua família como todos nós…
Não seria bom que todos pudéssemos ir por aí em busca de nós próprios, e não exigirmos aos outros que nos digam quem somos?
Não seria bom que nos amassemos em vez de exigir que os outros nos amem primeiro?
Eu acho que este filme nos convida a pensar sobre a felicidade, a família e o amor, e sobre o potencial pernicioso que temos para com tudo isto.
E depois, no final do filme aquele diálogo entre Travis e a mãe do seu filho, meu Deus…chorei, sempre, baba e ranho!!!
Acho que vou voltar a ver este filme, afinal de contas já não o vejo para aí há uns bons 15 anos!?

5 comentários:

A.S. disse...

Olinda...

Acho que me recordo vagamente de ter visto esse filme!
Ás vezes a simples recordação de alguns momentos, são rios de emoções...


Beijos!

ZeManel disse...

Olá Olinda Silva
Adorei este filme, mas, tenho de reconhecer, que já não me lembro do argumento... :(((
No entanto, quando li este teu blog veio-me à memória uma lembrança positiva :)))
Se um dia destes me cruzar com este filme, terei de o ir rever (e lembrar-me-ei da tua agradável sugestão).
Bjsss

DUKE disse...

Nas primeiras imagens deste filme, revi o meu interior; aquele que já foi, não aquele que agora é.
Mas, se nelas reconheci o meu passado, nas tuas palavras encontro a certeza do meu momento presente... Por vezes, para dar O Passo, nem é preciso sequer sermos muito corajosos. Basta não querer sermos Cobardes... e partir na Busca de Nós Próprios. Beijos.

Miguel disse...

O cinema leva-nos a sitios que nunca chegaremos pelos nossos proprios meios ...

E tem esse dom reflectivo ...!

Bjks da M&M & Cª!

JOTA ENE ✔ disse...

**//**
Amiga, adorei quando dizes que és uma mulher inteira.

Bjo___fotografado! ๏̯͡๏